A barriga que as mulheres querem ver
A imagem de uma mulher que saiu na revista Glamour USA de setembro (página 194) tem provocado um grande debate na web. A foto é de uma modelo americana, Lizzie Miller, que posou de calcinha, com o corpo desnudo, com sua barriguinha à mostra da forma mais natural possível, ou seja, sem photoshop, sem esconder a barriga, sem fazer lipoaspirações… O título da foto era: “Sinta-se confortável em sua própria pele” e sugere que é preciso confiança em sua própria imagem, em seu próprio corpo, em si mesma, independente de como o seja seu corpo. A foto causou um alvoroço no mundo da moda, na internet e até na televisão americana. Várias leitoras ligaram, enviaram e-mails e cartas para a revista se identificando com a mulher e diziam que estavam felizes com a matéria. Algumas frases: “Eu amo a mulher da página 194”. “Eu nunca vi essa imagem incrível em uma revista feminina” ou “finalmente alguém que se parece comigo”. Toda essa reação surpreendeu a todos, inclusive a própria revista, que nem esperava tanto sucesso com essa imagem.
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Todo esse movimento mostra que o mundo, que as leitoras estão ávidas por mulheres como elas nas revistas, ou seja, mulheres normais. Evidencia também que, embora aja uma intensa ditadura do corpo e da moda que enfoca modelos de mulheres anoréxicas (nem digo magras), há uma reação e vontade contrárias, ainda que pequena, para mudar isso. Além disso, mostra que as mulheres em geral querem ver coisas mais reais e naturais do que estão propondo na mídia, na moda e na publicidade. E aqui abro um parêntese: Acordem indústrias e os mais variados meios de comunicação! As mulheres querem muito mais do que o que vocês tem a oferecer no momento! Querem a beleza real estampada nas páginas! E não essa fantasia cercada do uso excessivo do photoshop e das cirurgias plásticas, atrelado às loucuras por um emagrecimento que mata, aniquila, agride que, quase sempre, leva a vários distúrbios alimentares e psicológicos. As mulheres querem se deixar ser… Ser elas mesmas… Serem reveladas tal qual como são…
Não há nada de excepcional nessa barriga! O incrível é aparecer na revista. Uma barriga normal que muitas mulheres por aí possuem. Mulheres normais! Aquelas que trabalham, estudam. Mulheres que até podem se exercitar, mas que não fazem disso uma busca desenfreada e irracional, que não possuem o dia todo para ficarem dentro de academias, spas, centros de estética. Afinal de contas, precisam “ganhar a vida”. Aliás, muitas dessas mulheres normais possuem jornada dupla, ou seja, além do emprego formal, trabalham como loucas quando chegam a suas casas, cuidam de filhos, correm para lá e para cá. Mulheres que parecem mil!
Ora, o mundo é diverso! Vamos ser racionais! É impossível pensar em um modelo único de mulher! Somos diversas, variadas, com organismos e gostos diferentes. Precisamos assumir o compromisso de ficar confortável com nossa pele, como propõe a revista. Devemos aprender a nos amar mais como somos. Não estamos aqui fazendo apologia à obesidade e à falta de saúde! Estamos fazendo apologia ao amor por si mesma, ao real, ao natural! Esse deveria ser o rumo natural das coisas: a vida como ela é, as mulheres como são.
E você? O que você faz para se amar mais? Participe! Deixe sua atitude nos comentários abaixo!
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5 comentários para: “A barriga que as mulheres querem ver”
Rosa Silva
Não estou habituada a ver modelos com barriga.
A maior parte das mulheres portuguesas não têem um corpo de modelo porque este governo mediocre não incentiva e não dá condições financeiras para que as mulheres se possam cuidar mais e melhor. Fazer exercicio não é só bom para aperfeiçoar-mos o nosso corpo mas para nos mantermos saudáveis e se chegarmos a envelhecer não sofrermos tanto.
Muitas pessoas desfavorecidas monetáriamente, depois do jantar fazem caminhadas, mas habitualmente só se lembram na altura do verão, o desporto é para ser feito todo o ano.
A mulher ainda continua a ser sacrificada e escrava de homens que ainda se sentam no sofá a ler o jornal. Muitos já colaboram mas muitos ainda não.
É importante que a mulheres se sintam bem com o corpo que teem, o mais importante é o que existe dentro de nós. Mas vivemos num Portugal com homens condizentes com o governo que temos “mediocres”, mesmo não valendo nada, abandonam as suas esposas ou arranjam amantes mais magrinhas porque as suas sendo melhores tem um pouquinho de gordura. Mostrar nas revistas a mulher normal em conjunto com as ditas anormais seriam alvo de criticas e de risos de muitos e de muitas principalmente as que tem a sorte de ter um corpinho melhor.
Também seria necessário falar dos cuidados que as mulheres devem ter com a higiene oral, existem muitas mulheres desdentadas e que não teem problemas em sorrir porque é a mulher normal e não tem condições financeiras para se tratar e também não é incentivada. Este seria um bom tema a discutir e a divulgar com grandes insistência.
Rosa Amélia
Carolina
Gente, o que nos deixa paradas no mesmo lugar é jogar a culpa da nossa preguiça em terceiros… Escova e pasta de dentes não são caras, pobreza não é sinônimo de sujeira e de falta de higiene…alimentação saudável é mais barato que batatas fritas e pastéis de nata…então por favor, não precisamos ser escravas da beleza, mas desleixo não é culpa de governo.
Hevely
Achei o artigo muito interessante; pois, vai de encontro a algo fundamental: que é o aumento da auto-estima nas pessoas.
A pessoa precisa se sentir bem, olhar-se no espelho todos os dias e se amar como ela é. Ter um corpo, como dita a mídia, super malhado e sensual, não é o elemento mais importante para a vida de uma pessoa.
Precisamos, nós, homens e mulheres, nos valorizar; e buscar uma vida saudável com certeza.
Sueli
Parabéns pela matéria. Realmente é a realidade dita, nem todas(o) conseguem manter um corpo perfeito. Eu sempre fui acima do peso, já sofri muito tomando medicamentos para emagrecer, seria bom se os homens aceitassem mais as cheinhas, e também é dificil achar roupa adequada, bonita, que agrade 100%. O mercado para esse perfil de corpo precisa evoluir muito!
Graça Maciel
Gostei muito da reportagem. Está na hora de nos impormos. Sabemos que o sistema é muito poderoso, e não é qualquer um que tem coragem de enfreta-lo. Mas se criticarmos, mostrarmos a nossa preferência, com certeza haverá mudanças. Podemos dizer por exemplo, que não gostamos de tais modelitos seja a marca que for, podemos dizer que não nos sentimos confortavel na poltrona de determinada aeronave e escolhe outra, e assim por diante… A nossa opinião é fundamental para o mundo do consumo. Mas o importante é estarmos de bem conosco e com a natureza. Não somos obrigadas a aceitar o que está aí, devemos absorvemos o que é importante para nós e não o que é padrão para o sistema.